REGIÕES PRODUTORAS

Conheça as regiões do Estado onde se produz
Queijos Artesanais Mineiros (QAM)

Estima-se, como diziam os antigos, que o queijo veio de Portugal. Também dizem que os tropeiros trouxeram o queijo em suas travessias, há cerca de 200 anos atrás. O método foi passando de geração em geração, e utiliza o leite puro, o pingo, sal a gosto e tempo de maturação.

ALAGOA
Municípios: Alagoa

Histórico

Alagoa é reconhecida pela sinuosidade de seu relevo e pelo clima ameno, está localizada entre as montanhas da Serra da Mantiqueira ao Sul de Minas Gerais. Pequena e tranquila, a cidade preserva nos seus costumes, culinária, tradições, festividades, pontos turísticos e a cultura do homem do campo. Com relevo movimentado, coberta, principalmente, por vegetação de Mata Atlântica e inserida na Zona Tropical Central Mesotérmica, com temperaturas médias anuais entre 10° e 15° C e índices de umidade elevados, a região tem pendor para o ecoturismo e tem atraído cada vez mais visitantes, que buscam desfrutar das paisagens deslumbrantes, com belas cachoeiras e comidas típicas da culinária mineira, destacando-se o tradicional Queijo Artesanal de Alagoa.

O Queijo Artesanal de Alagoa tem significativa relevância socioeconômica, uma vez que sua produção é fonte de renda para muitas famílias do município. Pascoal Poppa, imigrante italiano, vislumbrou a possibilidade de produzir uma iguaria típica de sua cidade natal, Parma: o queijo Parmesão, pois percebeu as semelhanças climáticas da região da Mantiqueira com sua terra natal. Iniciou-se, então, a produção do famoso queijo italiano. Iniciando-se, assim, a produção do Queijo Parmesão em Alagoa, que até então, era pouco produzido no Brasil.

Características

QAM de cor branca a amarelada, uniforme, formato cilíndrico, crosta fina e sem trincas, sabor láctico, ligeiramente ácido, moderadamente salgado e tendendo a picante.

Galeria

ARAXÁ
Municípios: Araxá, Campos Altos, Conquista, Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana e Tapira

Histórico

Araxá está localizada no Planalto de Araxá, integrando a região do Alto Paranaíba, no sudoeste do estado de Minas Gerais, estabelecido como um dos primeiros núcleos de ocupação colonial que incluía, ainda, o chamado Triângulo Mineiro, Araxá nasceu como fruto da atuação dos criadores de gado e dos tropeiros na lida diária em busca da sobrevivência.

O queijo tradicionalmente produzido em Araxá apresenta, a princípio, a técnica introduzida pelos colonizadores portugueses, oriundos da região da Serra da Estrela. Nas primeiras décadas do século XX importantes firmas comerciais locais dominaram a comercialização do queijo em direção a São Paulo. A produção e as vendas cresceram vertiginosamente. Araxá passou, então, a contar com a atuação intensa dos chamados “queijeiros”. É importante notar que o queijo ARAXÁ tem sido caracterizado por ser um produto resultante da mão-de-obra feminina.

Características

Os QMAs dessa região possuem formato cilíndrico, coloração branca-creme homogênea, crosta fina, com diâmetro que varia entre 14 e 17 cm, altura entre 4 e 7 cm e peso variando entre 1,0 e 1,4 kg, sabor ácido agradável, não picante.

Galeria

CAMPO DAS VERTENTES
Municípios: Barroso, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carrancas, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Prados, Piedade do Rio Grande, Resende Costa, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São João Del-Rei, São Tiago e Tiradentes

Histórico

A região do Campo das Vertentes é famosa por suas belezas naturais, arquitetura barroca, artesanato e também por sua culinária típica mineira, com destaque para o Queijo Minas Artesanal.

Com o declínio da mineração na região das Vertentes, a reorganização social e econômica coloca a pecuária em evidência novamente, e o Queijo Minas Artesanal, especialmente o queijo produzido nas bordas das minas, ganha desde então lugar na sustentação econômica e social das famílias rurais mineiras. “Queijo Minas Artesanal” foi o produto que teve sua tecnologia adaptada pelos primeiros colonos, vindo para a região das Vertentes em busca do garimpo do ouro e do diamante. Existem vários registros da produção de queijo na região, numa mesma fazenda, plantava-se milho, feijão, arroz, mandioca, e criavam-se galinhas, porcos, vacas e ovelhas. Vendia-se queijo, toucinho e couro. O Queijo Minas Artesanal Campo das Vertentes é comercializado no mercado local, para turistas, nas propriedades e também em outras regiões do estado. Seu modo de fazer se manteve fiel ao modo de produzir queijo dos primeiros moradores desta região, que ao longo das gerações tornaram o queijo sua fonte de renda, agregando valor à produção de leite.

Características

QMA’s de cor branca amarelada, crosta fina, sem trincas, formato cilíndrico de bordas retas/arredondadas, peso varia entre 700g a 1 kg, consistência semiduro, sabor ligeiramente ácido, não picante.

Galeria

CANASTRA
Municípios: Bambuí, Córrego Danta, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São João Batista do Glória, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita

Histórico

A região da Canastra localiza-se no sudoeste do Estado de Minas Gerais. O início da sua colonização se deu pela procura de minerais raros, fato típico em diversas regiões de Minas Gerais. O relevo constituído de chapadões de altitude permite o aparecimento de inúmeras nascentes e cachoeiras. Possui exuberante flora e variadas espécies de animais silvestres e o nome Serra da Canastra deve-se à semelhança existente entre o imenso chapadão e um grande baú.

A fabricação e consumo do queijo na região da Canastra se confundem com a história do povoamento local, iniciado com a busca de minerais e pedras preciosas. Relatos de naturalistas, contratados na época do império, são ricos em descrições detalhadas da vegetação, tipo de solo, serras, rios e seus habitantes. Entre os costumes e hábitos alimentares descritos, o queijo, fabricado de forma artesanal, já era incluído. Ainda hoje a produção do queijo artesanal é um fator cultural de significativa importância socioeconômica para grande parte das famílias rurais, com forte presença da agricultura familiar.

Características

QMA de formato cilíndrico, casca esbranquiçada e resistente, pequenas aberturas mecânicas, presença de pequenas olhaduras irregulares. Eles tem 4 a 6 cm de altura e peso em torno de 1,0 kg, sabor ácido agradável, não picante.

Galeria

CERRADO
Municípios: Abadia dos Dourados, Arapuá, Carmo do Paranaíba, Coromandel, Cruzeiro da Fortaleza, Guimarânia, Lagamar, Lagoa Formosa, Matutina, Patos de Minas, Patrocínio, Presidente Olegário, Rio Paranaíba, Santa Rosa da Serra, São Gonçalo do Abaeté, São Gotardo, Tiros, Varjão de Minas e Vazante

Histórico

A região do Alto Paranaíba localiza-se a oeste do Estado de Minas Gerais, limitando-se ao norte com a região de Paracatu e com o Triângulo Mineiro ao sul.

Privilegiada pela localização próxima a grandes centros produtores, pela fertilidade do solo, grande quantidade de água e pelo clima ameno, a região tem na agropecuária uma das principais fontes de riqueza. A pecuária teve como fator fundamental para sua expansão os ciclos da mineração e do açúcar e embora os colonos, originariamente portugueses, tivessem uma cultura queijeira já formada, a produção de queijo em Minas permaneceu ao longo dos séculos em escala artesanal.

A história da fabricação e consumo do queijo na região do Alto Paranaíba se confunde com a história do povoamento de Minas Gerais, iniciado no ciclo do ouro. Entrevistando pessoas antigas da região, elas dão conta que a fabricação de queijo era uma das atividades de subsistência das fazendas desde a época de seus avós. Normalmente o leite era produzido em regime de pasto de capim meloso, provisório ou jaraguá, ou gramíneas fibrosas das áreas nativas de cerrado. Era usual, no período seco do ano, fazer queimada das pastagens para forçar a rebrota do capim e assim o rebanho aproveitar o capim novo de melhor qualidade.Esta prática contribuiu para o empobrecimento do solo e deu origem a vários processos erosivos, que hoje necessitam de correção.

Características

QMAs de cor branca amarelada, crosta fina, sem trincas, formato cilíndrico de bordas retas/arredondadas, peso variando entre 1 kg a 1,2 kg, sabor ligeiramente ácido, não picante.

Galeria

DIAMANTINA
Municípios: Couto de Magalhães de Minas, Datas, Diamantina, Felício dos Santos, Gouveia, Monjolos, Presidente Kubitschek, São Gonçalo do Rio Preto e Senador Modestino Gonçalves

Histórico

Os primeiros habitantes da região de Diamantina foram os indígenas do tronco linguístico macro-jê. Segundo Joaquim Felício dos Santos, no livro Memórias do Distrito Diamantino, a sua ocupação se deu a partir da descoberta de ouro e diamantes em território colonial do Serro Frio, no início do século XVIII, por bandeirantes e aventureiros. Assim, em decorrência da expansão da atividade da mineração, outras povoações em suas proximidades se desenvolviam naquela época, como os núcleos que se dedicavam somente ao cultivo da terra, que era fértil, tomando a si o encargo de reter seus habitantes no território.

O Queijo Minas Artesanal desempenha importante papel na cultura, na história e na economia da região, sendo fundamental para o desenvolvimento e manutenção das atividades de um número significativo de produtores rurais e suas famílias. A produção do QMA representa uma forma de agregação de valor à produção de leite. É fonte de emprego e renda principalmente nas pequenas propriedades com tradição na produção de leite e queijo, contribuindo assim, para a permeância das famílias no campo.

O QMA da Região de Diamantina já é celebrado em eventos gastronômicos locais e regionais e compõe sofisticados pratos da culinária. Além disso, se faz presente em eventos e importantes concursos de qualidade no Brasil, garantindo posições destacadas.

Características

Queijo de cor amarela, textura compacta, podendo apresentar algumas olhaduras, crosta fina, sem trincas, formato cilíndrico de bordas retas ou arredondadas, sabor levemente picante.

Galeria

ENTRE SERRAS DA PIEDADE AO CARAÇA
Municípios: Barão de Cocais, Bom Jesus do Amparo, Caeté, Catas Altas, Santa Bárbara e Rio Piracicaba

Histórico

O nome “Entre Serras da Piedade ao Caraça” dado à região deve-se à localização destas cidades, no entorno da Serra da Piedade e da Serra do Caraça, patrimônios naturais de grande referência no cenário ecológico, turístico, econômico e religioso. Em termos socioeconômicos, a extração mineral, a silvicultura e agropecuária são atividades de expressão regional e assim como em outras regiões do estado, o turismo histórico, rural e ecológico desenvolve-se cada vez mais.

A pecuária leiteira é uma atividade que existe na região desde o início de seu povoamento. Nos seis municípios da região, verifica-se na criação do gado leiteiro o predomínio de rebanhos mestiços oriundos do cruzamento entre raças.

Devido à dificuldade de acesso e a um comércio não muito desenvolvido na cidade de Caeté na época, havia a necessidade de armazenamento de alimentos para abastecimento do Santuário Nossa Senhora da Piedade. Frei Rosário apreciava bons queijos e tinha o costume de comprar e armazenar Queijo Minas Artesanal da região da Serra do Salitre. Em uma de suas viagens, o frei deixou queijos estocados na dispensa e quando voltou viu que estavam tomados por fungos. Decidiu então provar os queijos, cujo sabor e aroma o fizeram lembrar de queijos franceses, como Brie. Com isso, Frei Rosário percebeu que o microclima da serra era favorável para a maturação de queijos e começou a realizar testes com alguns tipos de queijo. Entre eles, destacou-se o Queijo Minas Artesanal, e por isso, o frei passou a sempre manter queijos para maturação dentro de armários forrados com panos de linho, deixando-os cerca de 40 dias. A partir de então, iniciou-se a tradição de afinar queijos na Serra da Piedade, e o “Queijo Frei Rosário” tornou-se conhecido dentro e fora do estado.

Características

Esse QMA tem textura compacta, podendo apresentar algumas olhaduras, cor amarelada, crosta lisa, formato cilíndrico, de bordas retas ou arredondadas, sabor de intensidade moderada.

Galeria

IBITIPOCA
Municípios: Andrelândia, Arantina, Bias Fortes, Bom Jardim de Minas, Lima Duarte, Olaria, Passa Vinte, Pedro Teixeira, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Rita de Ibitipoca, Santa Rita de Jacutinga, Santana do Garambéu, Seritinga e Serranos

Histórico

Chamamos de “Serras da Ibitipoca” o território localizado entre as mesorregiões da Zona da Mata, Campo das Vertentes e Sul/Sudoeste de Minas.

Esse território se constituiu historicamente pela conquista e ocupação, em finais do século XVII e princípios do XVIII.Teve início com a chegada dos primeiros bandeirantes à procura de americanos autóctones, para submetê-los ao trabalho escravo, visando o abastecimento de mão de obra em São Paulo e também do Nordeste açucareiro, e a exploração do ouro de aluvião, abundante na região. A partir daí, formaram-se os primeiros núcleos populacionais nos territórios, hoje, de Aiuruoca e Ibitipoca. Surgiram propriedades dedicadas à criação de gado e produção de alimentos, que geravam, também, riquezas. Rapidamente esgotou-se o ouro de aluvião, mas as atividades agrícolas e pecuárias continuaram necessárias e dinâmicas.

O queijo minas artesanal é produzido na região “Serras da Ibitipoca” desde os primórdios do século XVIII, sendo que há documentos que comprovam a sua comercialização, desde fins do mesmo século. A comercialização se intensificou no início do século XIX, com o abastecimento da corte no Rio de Janeiro. O queijo Minas tinha grande importância, tanto para as populações locais, quanto para o Erário Régio de Portugal (Período Colonial), e, posteriormente, para o Brasil Império e República.

Na atualidade, percebemos o sentimento de pertencimento de toda a comunidade do território, que permanece interligada por laços parentais, de amizade, socioculturais e econômicos, refletidos na manutenção desses vínculos, na visitação entre os munícipes e na manutenção de festividades tradicionais, nas quais se integram. Portanto, em todos os aspectos da vida cotidiana, percebemos a constituição de um território específico.

Características

QAM de cor amarelo claro, textura compacta, podendo apresentar algumas olhaduras, crosta fina, formato cilíndrico com cerca de 15 cm de diâmetro, sabor suave, apresentando leve acidez.

Galeria

MANTIQUEIRA
Municípios: Aiuruoca, Baependi, Bocaina de Minas, Carvalhos, Itamonte, Itanhandu, Liberdade, Passa-Quatro e Pouso Alto

Histórico

A Capitania de Minas Gerais passou por um significativo momento de transformações: deixou de ser dependente somente do ouro e passou a buscar alternativas econômicas para sustentação da sociedade, encontrando nas atividades rurais e, principalmente, na pecuária sua melhor e duradoura redenção.A Serra da Mantiqueira é uma cadeia montanhosa, com formação geológica datada da Era Arqueana, compreendendo um maciço rochoso que possui grande área de terras altas, com altitudes que variam de quase 1.000 até quase 3.000 metros, situada ao longo das divisas de três estados brasileiros. Cerca de 60% dela se encontra no território de Minas Gerais, 30% no Estado São Paulo e 10% no Rio de Janeiro.

Com relevo movimentado, coberta principalmente por vegetação de Mata Atlântica e inserida na Zona Tropical Central Mesotérmica, com temperaturas médias anuais entre 10° e 15° C e índices de umidade elevados, a região tem pendor para o ecoturismo e tem atraído cada vez mais visitantes, que buscam desfrutar das paisagens deslumbrantes, comidas típicas da culinária mineira e belas cachoeiras. Os anos se passaram, e as famílias incorporaram a tradição da fabricação do queijo Parmesão, e, com o tempo, a tecnologia desse queijo foi sendo modificada e transformada em um queijo com características específicas àquela região.

Características

QAM’s de cor branca a amarelada, uniforme, formato cilíndrico, crosta fina e sem trincas, sabor láctico, ligeiramente ácido, moderadamente salgado e tendendo a picante.

Galeria

SERRA DO SALITRE
Municípios:

Serra do Salitre

Histórico

Diversos relatos de bandeirantes que passaram pela região apontam a Serra do Salitre como um braço de serra onde se encontravam componentes para a confecção da pólvora, produto de importante uso no enfrentamento aos bravios índios Caiapós e posteriormente aos quilombos que se formaram na região, como o de Ambrósios.

O Queijo Minas Artesanal é um dos produtos mais nobres produzidos na Serra do Salitre, esta tradição vem desde o final do século XIX, e vários são os relatos de antigos moradores que aprenderam o ofício em família e continuam na lida até os tempos atuais. Um importante fato para a consolidação da região na produção e a comercialização do Queijo Minas Artesanal da Serra do Salitre foi a inauguração da Estrada de Ferro Rede Mineira de Viação Oeste. Na década de 50, houve rumores de que o governo iria fiscalizar as “casinhas de queijo”, como eram conhecidas as queijarias na época e na ocasião algumas foram construídas procurando atender estas exigências.

Características

O QMA dessa região comumente é coberto por uma camada de resina amarela, com o intuito de proteger o queijo durante o processo de maturação, garantindo sabores mais ácidos, não picante.

Galeria

SERRA GERAL
Municípios: Catuti, Espinosa, Gameleiras, Jaíba, Janaúba, Mamonas, Matias Cardoso, Mato Verde, Monte Azul, Montezuma, Nova Porteirinha, Pai Pedro, Porteirinha, Riacho dos Machados, Santo Antônio do Retiro, Serranópolis de Minas e Verdelândia

Histórico

O processo de ocupação da Serra Geral está alicerçado sobre uma base econômica, que se constituiu como parte da projeção da economia açucareira desenvolvida no litoral nordestino, por meio da pecuária bovina de corte, do cultivo de algodão e da agricultura de subsistência. A Serra Geral, também conhecida como Serra do Espinhaço, corta o Sertão norte mineiro de sul a norte até as terras baianas. Até anos recentes, os geraizeiros desciam a Serra com objetivos de trocar e vender seus produtos nos mercados de Salinas, Porteirinha, Mato Verde e Monte Azul, baseados num complexo manejo da biodiversidade de ambientes e da biota que compõem os Gerais.

Entre os anos 1990 e 2000, o plantio do algodão foi diminuindo drasticamente no Estado de Minas Gerais, na região Norte de Minas e nos principais municípios produtores da Serra Geral. As extensas áreas antes destinadas à monocultura do algodoeiro, com grandes níveis de compactação e de erosão de solos, deveriam ser destinadas, desde então, às lavouras de alimentos e à criação de gado. Constitui-se, na Serra Geral, uma importante produção leiteira,

destinada ao processamento artesanal de queijos, requeijões e doces. No Norte de Minas, o queijo artesanal se manteve mesmo após a atividade pecuária dividir espaço com fortes processos agrícolas de especialização produtiva, que dominaram a região e suas fronteiras.

Características

QAM Fresco, com alguns furinhos e levemente borrachudo. Ainda não tem características bem definidas.

Galeria

SERRO
Municípios: Alvorada de Minas, Coluna, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro

Histórico

A região do Serro, localizada no Médio Espinhaço, no Estado de Minas Gerais teve a tradição da produção do queijo, introduzida pelos colonizadores Portugueses, oriundos da região da Serra da Estrela, a mais de dois Séculos, quando se formaram as primeiras fazendas de gado na região, para dar suporte a promissora exploração de ouro e diamante. Sua história se confunde com a história da cidade que lhe dá o nome. Por sua vez, o Serro está ligado à história do Brasil colonial, sendo o seu núcleo urbano uma significativa representação arquitetônica do referido período, que por sua excepcionalidade mereceu o primeiro tombamento de caráter nacional no Brasil. Nos primórdios de sua tradição, o único ingrediente trazido de fora das fazendas era o sal. As formas de queijo eram feitas em madeira de lei, pelos marceneiros locais e o coalho era produzido a partir do estômago do tatu, de onde eram retiradas a Pepsina e a Renina, necessárias a coagulação do leite. Como fermento láctico, passou-se a usar o “ Pingo “, que é o soro que escorre do queijo no prazo de 12 a 24 horas após a fabricação, que contém um grupo de bactérias lacto-fermentativas, que conferem ao queijo o seu sabor característico.

Características

Formato cilíndrico, casca normalmente esbranquiçada, transformando-se em crosta fina e amarela ao longo da maturação, massa branca e resistente, aberturas mecânicas e olhaduras irregulares pequenas, altura que pode variar de 4 a 6 cm, sabor ligeiramente ácido, brando.

Galeria

TRIÂNGULO MINEIRO
Municípios: Araguari, Cascalho Rico, Estrela do Sul, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Monte Carmelo, Nova Ponte, Romaria, Tupaciguara e Uberlândia

Histórico

Localizada ao Sudoeste do Estado, entre os rios Grande e Paranaíba, formadores do rio Paraná, foi na pecuária que o Triângulo Mineiro alcançou seu reconhecimento e onde seus produtores vêm encontrado sustento há mais de dois séculos, tanto pela comercialização de carne e couro, quanto leite e derivados.

Tradicionalmente, as regiões queijeiras de Minas Gerais se perpetuaram pela dificuldade de escoamento da produção do leite, que apesar de se tratar de um produto muito rico é perecível e necessita de algum tratamento para consumo posterior. Desde a ocupação pioneira do Triângulo Mineiro como ponto de abastecimento de tropas que rumavam ao Centro-Oeste, ainda no início do século XVIII, até a sua consolidação como entreposto comercial do “Brasil Central”, ocorrida com a chegada da ferrovia em fins do séc. XIX, o queijo artesanal de leite cru se faz presente na história da região.

Características

Os seus QMAs possuem características como: cor amarelo-ouro, massa compacta, bem lisa, macia e de sabor suave com ligeira acidez.

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VALE DO JEQUITINHONHA
Municípios: Cachoeira do Pajeú, Comercinho, Itaobim, Medina, Pedra Azul, Divisópolis, Jequitinhonha, Joaíma e Ponto dos Volantes

Histórico

A região, que inicialmente pertenceu à Bahia (até o final do século XVIII), foi incorporada ao estado de Minas Gerais, após a descoberta de diamantes no tijuco (região de Diamantina). Situado no nordeste do estado de Minas Gerais, o Vale do Jequitinhonha é uma região amplamente conhecida devido aos seus baixos indicadores sociais e também ao norte é conhecida por ter características pares ao sertão nordestino. Por outro lado, é detentora de exuberante beleza natural e de riqueza cultural, com traços sobreviventes da cultura indígena e da cultura negra.

A pecuária bovina é a mais importante atividade econômica desenvolvida no Vale do Jequitinhonha e está presente em todos os municípios, principalmente, naqueles situados no Médio e Baixo Jequitinhonha, predominando a pecuária extensiva com emprego de técnicas muito simples que não permitem boa produtividade.

Não se sabe exatamente onde e quando o Queijo Cabacinha começou a ser produzido em Minas Gerais, mas vários relatos apontam que essa tecnologia está presente no Jequitinhonha desde meados do século XX.

O queijo Cabacinha é produzido artesanalmente por agricultores familiares, e além de ser um dos expoentes da cultura gastronômica mineira, tem grande relevância socioeconômica para a região Nordeste de Minas Gerais.

Características

QAM O queijo é moldado manualmente em um formato que se assemelha a uma cabaça, o fruto da cabaceira que, quando maduro, é utilizado como recipiente e para a fabricação de instrumentos musicais. Depois de salgado em uma salmoura, o Cabacinha é pendurado para secar, antes da comercialização.

Galeria

VALE DO SUAÇUÍ
Municípios: Água Boa, Frei Lagonegro, José Raydan, Santa Maria do Suaçuí, São José do Jacuri, São Pedro do Suaçuí e São Sebastião do Maranhão

Histórico

A região do Vale do Suaçuí, localizada na mesorregião do Vale do Rio Doce no estado de Minas Gerais, teve sua ocupação iniciada no fim do século XVII.

A exuberância da natureza começa pela vegetação de árvores como jacarandá, peroba, sucupira, braúna, e guaribu. Abundância de árvores frutíferas nativas. A fauna era constituída de grande quantidade de mamíferos, aves e répteis muito aproveitados na alimentação dos índios e depois dos habitantes da terra. O Rio Doce oferecia grande variedade de peixes e a lavoura era pródiga na produção de arroz, feijão, café e milho. O solo oferecia excelente condição para a pecuária, visto que suas nascentes eram salitradas, com enorme benefício para o gado.

O Rio Doce passa a ser a via preferencial para o transporte do sal para a região do ouro. Para tornar o rio navegável foi posto em prática um projeto de devastação das suas margens. Apesar da pecuária já estar estabelecida em boa parte de Minas Gerais no século XIX, na Bacia do Rio Doce, foi apenas em meados de 1930 que essa atividade se instalou.

Há indícios que a produção de queijo na região tenha se iniciado na primeira metade do século XX, à princípio se apropriando da tecnologia do Queijo Minas, presente na região do Serro, desde a segunda metade do século XVIII. No final da década de 70, alguns fazendeiros iniciam a produção de um queijo, de tecnologia semelhante à do Parmesão, que trouxe consigo a vantagem de suportar longos períodos de armazenagem.

Esta produção de queijo vem se mantendo há gerações, se trata de uma atividade que tem história, pertence ao “saber fazer” das famílias locais que encontraram neste produto, uma das poucas alternativas de sobrevivência, diante da grande pressão das indústrias.

Características

QAM tipo parmesão, de consistência semidura e textura fibrosa. Cor branco a amarelado, uniforme. Sabor láctico, pouco desenvolvido a ligeiramente ácido. Odor láctico, pouco perceptível e crosta fina e sem trincas.

Galeria

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